quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Porque escrever.

São muitos os argumentos para escrever ou não escrever, assim como são muitos os argumentos para ser assim ou ser assado. Mas o melhor para escrevermos talvez seja a máxima de Jesus:  "Ama ao próximo como a ti mesmo e a Deus acima de tudo". Afinal de contas o próximo é exatamente isso: ele nos diz, o que está ao lado, aquele que necessita da tua atenção, da tua caridade. No mundo globalizado de hoje meu próximo é literalmente aquele que esta em frente a tela do meu PC, aquele para qual escrevo, sem esquecer lógico dos meus próximos na vida real.

O mundo hoje é globalizado e não podemos alegar que o ocorrido na China, no Japão, em Honduras, não interfira em nosso dia a dia. Quantos dos nossos filhos não foram ou estão no Haiti em ajuda humanitária devido ao terremoto? Quantos parentes de nossos irmãos libaneses no Brasil não perderam parentes devido a "guerra" que se passa em sua nação? Donativos que mando para as vitimas de enchentes em outro estado do meu país. Quantos são "contaminados" pela irresponsabilidade de multinacionais que vendem seus pesticidas objetivando antes de mais nada o lucro, sem importar-se com a fauna que se vai, cânceres que possam estar assolando nosso queridos por "efeitos colaterais" que ainda não foram suficientemente investigados, etc, etc, etc.

Bem, com a explosão das redes ditas sociais e com os celulares, estamos conectados ao mundo 24h por dia nos 7 dias da semana. Hoje estou conhecendo sobrinhos que nem sabia da existência e conversando com eles no FB como se os conhecesse a vida toda. E é tudo "online", virtual! Deixando a questão da virtualidade de lado, hoje nosso próximo é sim todos, reais ou virtuais. A minha alienação colabora e me faz cúmplice dos crimes contra a humanidade que acontecem a todo momento. Alguém disse  que S. Jobs morreu e milhões choraram enquanto milhões morrem e ninguém chora. Não digo aqui que devamos agora chorar aos prantos pelo banho de sangue causado pelos interesses econômicos e geo-politicos. Não, mas devo sim saber que aquele programa que me absorve horas do dia na televisão, o fato de não estar "ai com a coisa", me torna cúmplice, me torna aliado na medida que meu silêncio consente com tais barbaridades.

Quem me conhece diz eu estar sempre "antenado". Me classificam como politizado, outros ja disseram que sou idealista. Mas se fosse do contrario seria cúmplice, cúmplice da crucificação do meu Mestre. Ele já disse.. "quando voces fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, foi a mim que fizeram" (Mt, 25,37). Diz-se que a colheita esta próxima e que o joio esta a ser separado do trigo. Pois o joio nunca esteve em tamanha evidência! Populações presas (sim, presas) em seus bairros atrás de muros gigantescos; invadiu-se um pais e em torno de 162.000 pessoas morreram (http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2012/01/02/iraque-162000-pessoas-mortas-desde-a-invasao-americana.jhtm), o No real ninguém sabe, algo entre 100.000 e 1 milhão já que os EUA aprenderam com a guerra  do Vietnã a não contar mortes civis (civilian casualties em http://www.guardian.co.uk/world/2008/mar/19/iraq) em nome de armas de destruição em massa que nunca foram encontradas. "Ah, mas eles aprenderam o que é democracia". Eu ensino ao meu vizinho o que é melhor para a educação dos filhos dele?. Acho ser pretensão, arrogância, não? Acreditar que os meu valores são "melhores" que do outro, principalmente quando as ciencias e a lei diz ser o contrário, me torna um tanto "antissocial". O que diríamos aos quase 200.000 mortos:  aprenderam o que é democracia???

Quando a invasão aconteceu, protestei pelos meios que dispunha, enquanto a grande mídia fez o maior alarde a favor da invasão. Hoje posso dizer: nossa mídia foi conivente e cúmplice! Um 1o ministro foi a tribunal e lá ele disse "ter sido enganado". Eu não tomo decisões desse aporte baseado em achismo, em uma fonte "segura" que ninguém conhece, ninguém viu. E um dos princípios básicos da lei diz que não posso alegar ignorância. Se não damos a Cesar o que é de Cesar, o que dirá de dar a Deus!

Bem, por isso escrevo. Por isso contesto, por isso informo, por isso pratico meu direito e dever de cidadania. Estou indignado com tanto joio, me indigno por darmos as costas a Jesus todos os dias. Não posso ser cúmplice de tudo isso pela minha omissão. Vamos conversar?



A propósito, Gosto muito do Paul Craig Roberts, maneira provocativa de escrever. Pois olhe o que ele acha de escrever:

http://www.paulcraigroberts.org/2016/06/28/report-to-supporters-the-british-woke-up-can-the-americans/