quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Afinal, o que é comunismo, capitalismo, bolivarismo, etc?

Ficou em voga nestes dias a discussão sobre o bolivarismo venezuelano, sobre os comunistas que estão querendo se perpetuar no poder (PT, PTralhas), etc, etc.  Vou discorrer sobre marxismo para entender a polêmica em volta dessas "lutas sociais" que todo comentarista de blog gosta de se envolver. Não é religião nem torcida de futebol, pessoal.


Talvez a falácia (engano) esteja na promessa que o livre mercado é melhor que as experiencias "socialistas" porque ele num futuro próximo traria a igualdade de oportunidades e melhoria geral da civilização. Esta falacia veio como resposta às "propostas" socialistas do sec. XIX.

Mas a inconsistência do modelo esta na propriedade, como indicou Marx. Se ela é privada e os frutos (lucro) dela forem do proprietário, isto é capitalismo. E os "proprietários" concorrem entre si pois neste ambiente de "concorrência", "se eu não for mais esperto, o outro chegará na frente e ficará com a "fatia do leão" (bem social, fruto do trabalho, a melhoria da produtividade).

A consequência é que NUNCA o proprietário irá socializar o lucro (fruto do trabalho social) pois ele julga que exatamente o lucro é que torna-o especial, "o_mais_forte", então o lucro tem que continuar como sua propriedade.

Marxismo baseia-se nesta constatação: o capitalismo impede a realização social pois os frutos do trabalho social acabam se concentrando nas mão de alguns (os capitalistas) e de seus interesses, interesses que são incompatíveis com a realização social (comunização). A mais_valia é retirada, (é o que sobra) justamente do trabalho dos que vendem a mão de obra (aqueles foram alijados do capital). Pode-se dizer que a mais valia seria a capacidade do ser humano produzir excedentes que possam facilitar ou mesmo liberta-lo do trabalho. Ela guarda uma correlação forte com a produtividade. Na medida que o capitalista se apropria da mais_valia, ele se apropria do bem estar social que ela pode gerar para o todo. Consequência: os outros tem que permanecer na situação de escravos do trabalho para que o capitalista possa "sobreviver". O rico precisa continuar enriquecendo para... ser rico.

O socialismo seria a redistribuição dos frutos do trabalho entre seus agentes, os trabalhadores e retorno do mais valia para o seio social. Mas ainda ai reside um incoerência: os trabalhadores representam uma fatia da sociedade. Os velhos, onde ficam? Igualmente, as crianças não produzem mais valia. Dai a necessidade de ampliar o conceito de fruto social: capacidade dos agentes econômicos (trabalhadores, todos) em promover o bem estar social, garantindo a sua velhice (sucateamento da força produtiva) e garantindo a sua "eternização" através da educação e saúde de sua descendência (crianças). 

A outra pergunta que nunca foi respondida é polemica: quem fará a redistribuição do mais_valia? Que sujeito é esse? O estado? A oligarquia? Os "escolhidos_de_deus"? Falta justamente a experiencia socialista, que os capitalistas lutam (luta de classes) para que não ocorra ou será o "fim dos ricos". (note que diferenciei capitalista de rico)