terça-feira, 20 de agosto de 2019

Bolsonaro devastation and burning covered the Southeast with soot and darkness

This weekend happened the unthinkable:  The agribusiness elite in Brazil teamed up on a single date to practice a long used in clearing forests: the infamous "queimada" (burned forest).



Because it is not that through whatsup app groups they agreed that, last week, EVERYONE would produce the "burns" in the woods, drawing President Bolsonaro's attention to the need to "make it easy" for farmers to work, as that the federal government release areas for deforestation and use of these areas for pasture and commodity plains.



Arson! Criminal fire premeditated under the influence of formal power, applause from a minority who see in this president's attitudes: virility, self-determination, bravery and sovereignty. But his secretary is blind to the facts: climate change comes at a giant, swift and merciless pace.



In a NATURE article, scientists come to the conclusion that the forest can regenerate to the limit of 25% of deforestation. After this limit the forces of forest deterioration (droughts, moisture turnover, loss of biodiversity, etc.) overlap the regeneration forces and the forest rapidly advances to a savannah-like habitat with unimaginable consequences for the flow of rainfall on the globe. For Brazil has already reached 19% of deforestation and at the current rate of deforestation we may reach the limit even in this time of government. But I add: the burn on the Amazon rainforest this weekend was the biggest ever. The extent of this environmental crime has not yet been estimated and it is urgent that monitoring institutes bring these numbers. But considering the photos of NOAA [1] and the darkness that swept southeastern Brazil yesterday [2, 3], we can be sure that the numbers are not insignificant.



I ask: are we waiting for armageddon to say that armageddon is coming? As Martin Luther King said: "In the end, we will remember not the words of our enemies, but the silence of our friends.", 

or in others words, 

what shocks is not the noise of the wicked but the silence of those who can stop the wickedness.



[1]: https://www.nesdis.noaa.gov/content/fires-amazon-rainforest-seen-noaa-20



[2]: Devastação e queimadas de Bolsonaro cobriram o Sudeste de fuligem e trevas: Na tarde desta segunda uma névoa negra atingiu o Sudeste do País, assustando e intrigando moradores da região. Mais tarde, orgãos de meteorologia informaram que nuvens baixas, associadas a frente fria, somaram com a fumaça das queimadas e fizeram com que o dia virasse noite. As queimadas no Brasil aumentaram 82% no governo de Jair Bolsonaro



[3]: https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2019/08/20/queimadas-na-amazonia-provocam-corredor-de-fumaca-na-america-do-sul.htm

domingo, 27 de janeiro de 2019

Efeitos da catastrofe de Brumadinho (e Mariana)

Caros amigos,

Sou pós-graduado em química e escrevo este artigo para ajudar na conscientização para o grave acidente que aconteceu em Brumadinho. O problema ambiental causado é muitíssimo grave (como poderá ser constatado com a leitura deste artigo) e os danos vão muito além das perdas humanas e ambiental que se configura no momento.
Como disse em outro artigo, se uma bomba atômica tivesse arrasado a região, o impacto COMPARADO ao atual estrago seria tênue. Uma bomba atômica produz impacto imediato, muitas morte,  mas as consequenciais de longo prazo são diluídos em questão de semanas pois o resíduo radioativo é dissipado em questão de semanas e meses através do vento e das chuvas. Sim,  as pessoas expostas ao impacto fatalmente irão morrer mas somente aquelas expostas AO IMPACTO. E o exemplo que cito é valido para UMA bomba atômica somente, não podemos estender para uma tragédia atômica como no caso de uma guerra onde é feito um BOMBARDEIO atômico.  No caso de Brumadinho (e Mariana) a coisa é muitíssimo mais grave pois trata-se de milhares de toneladas de resíduos com metais pesados que irão se DEPOSITAR no leito dos rios e nascentes e que MUITO lentamente serão diluídos e carregados pelas chuvas.

CAUSAS E EFEITOS
Quando rompe-se a barragem, serão toneladas de resíduos que se acumularão sob um manto, uma camada podendo chegar a alguns metros no leito dos rios.  Nas áreas menos afetadas (borda do rio) serão alguns centímetros ou dezenas mas no leito principal podemos falar em 1, 2 metros de sedimento que serão transportados muito lentamente pelas chuvas. Para cada chuva que assole o rio, serão alguns centímetros que serão transportados cada vez mais longe do ponto inicial do transbordamento e, por isso mesmo, agravando cada vez mais a situação, pois com o passar dos anos as pessoas e animais mais distantes do ponto inicial estarão bebendo e sendo contaminados pelos metais pesados oriundos do transporte das chuvas para regiões mais distantes do ponto inicial de impacto.  Basta ver o leito do Rio Doce hoje, 3 anos após o desastre. Se formos medir a camada de sedimento no leito do rio, iremos constatar que apenas uma pequena parte do sedimento foi carregado para o mar. E com o passar do tempo a camada carreada é menor ainda, pois a tendência é do leito se estabilizar. Mas a água ainda assim estará contaminada e CONDENADA pois basta um porcentagem muito pequena dos metais pesados para os efeitos se fazerem presentes.  Partes por milhão (PPM) já é uma concentração muito alta. Para efeito de comparação, quando lavamos um prato com detergente nas nossas cozinhas, após o enxague ainda restará sobre a superfície do prato algo em torno de 10 a 100 partes por milhão (0,01%) de detergente. Por que não nos faz mal? Estes 100 ppm de detergente são tolerados pelo organismo porém os 100 ppm de metal pesado digeridos diariamente faz toda a diferença entre vida e morte das pessoas e animais.
A partir daquele momento (ultima sexta feita) toda a agua, em principio era potável dos rios, estará CONDENADA. Altos teores de metal pesado produzem, por exemplo,  o mal de Parkinson como doenças não fatais, e o câncer para os casos de maior exposição (caso do consumo continuo da água contaminada). A água no caso está CONDENADA ao não consumo alimentar. Não se trata de água impropria para o consumo, mas VENENO que não deve ser usado em hipótese alguma. FRISO novamente: sem tratamento, essa água não poderá ser consumida pelos próximos 100 ou até mesmo mais de 200 anos !  Então o que fazer?

MEDIDAS EMERGENCIAIS E PREVENTIVAS
Toda a população envolvida, incluindo os bombeiros e voluntários que estão trabalhando devem ser CONSCIENTIZADOS que mesmo pelo contato físico, os danos causado pelos metais pesados se farão sentir. Então num primeiro momento as pessoas devem ser conscientizadas que estão trabalhando em um ambiente VENENOSO.
Todos deverão fazer contagem de metais pesados no sangue para avaliar a extensão a que foram expostos. A exposição ocasional não é fatal mas a prevenção se faz necessária. Aqueles que tiverem altas dosagens no sangue, devem ser IMEDIATAMENTE afastadas do ambiente contaminado e submetidas a acompanhamento médico.
A água contaminada não deve ser CONSUMIDA em hipótese alguma. A PARTIR DE JÁ a água da região deve ser monitorada para saber ONDE e O QUANTO ela está contaminada. Um mapa deve ser levantado para prever os pontos onde a contaminação pode ou está propagando-se. Sem este mapa não será possível avaliar a extensão dos danos!
O tratamento da água baseia-se no mesmo principio que o governo atual tem propagandeado, baseado em tubos de resinas trocadoras de íons, as mesmas usadas para dessalinizar a água do mar, porém com maior rigor, pois a água salinizada por conter  teores altos de sal. No caso em exposição, o teor de metais pesados deve estar ABAIXO bem abaixo de 1 ppm, algumas partes por bilhão (PPB).  A coluna trocadora de íons se baseia no principio de ao passar a agua contaminada pela coluna, o polímero usado na confecção irá gradativamente absorver os metais pesados e liberar no lugar sódio ou cálcio, de tal maneira que a água na saída da coluna terá uma teor maior de sódio ou cálcio mas estará "isenta" dos metais em questão (Nota: não existe isento em química, os teores são baixos de tal maneira que estão na ordem de PPB ou não puderam ser detectados por estar muito abaixo do limite  de detecção do detector usado no equipamento analítico)
Uma outra maneira é o tratamento pelas companhias de saneamento com substancias especificas que sequestram e precipitam estes metais. Tais tratamentos reduzem a contaminação mas não nos níveis requeridos para consumo humano. Águas assim tratadas servem para limpeza da casa, das roupas e em certo grau até para o banho mas para a alimentação não é tratada eficazmente. Mas as equipes de químicos e engenheiros poderão estabelecer limites de potabilidade e viabilidade econômica do processo empregado.
A virtude dessas colunas está no fato de serem restauradas, regeneradas quando fazemos passar água destilada (água isenta de sais minerais) no sentido inverso da coluna. Ao fazermos isso a coluna "solta" (desassorbe) os metais retornando uma água concentrada com os  metais que foram previamente absorvidos. O processo pode ser repetido inúmeras vezes até o momento que o polímero se deteriora de tal maneira que sua atividade não se faz mais sentir. Nesse momento o polímero deve ser substituído por outro novo.

CONSEQUENCIAIS, MEDIDAS PREVENTIVAS E CONTENÇÃO DOS DANOS
Do que foi exposto, elenco algumas consequenciais do desastre que devem ser atacadas e minimizadas:
1- Todos o pessoal envolvido, no presente, e todos os ribeirinhos e cidades servidas por essa água estão expostos a estes metais pesados e todas as consequenciais oriundas do seu consumo.  Folhetos explicativos devem ser distribuídos em massa.
2- Deve ser feito um mapeamentos das pessoas e locais contaminados e ações de tratamento e prevenção devem ser tomadas imediatamente de tal maneira a isolar a contaminação ao menor raio possível. A noticia que tal resíduo PODERÁ contaminar a bacia do São Francisco deve ser tomada como CATÁSTROFE ambiental de magnitude nacional e todo cuidado será pouco.
3- Em cada localidade atingida o povo deverá ser conscientizado que a água não pode ser consumida para alimentação e banho, sem tratamento, em hipótese alguma. Estações de tratamento e equipes responsáveis devem ser imediatamente disponibilizadas para todas as prefeituras e o respectivo monitoramento dos teores de metais na água deve feito.
4- Um plano de médio e longo prazo deve ser estabelecido e aplicado para mitigar os efeitos sobre a saúde e o meio ambiente. Temos que ter em vista que as consequenciais se farão sentir por décadas. O preço a ser pago pela negligencia será milhões de pessoas condenadas a doenças neurológicas e até mesmo o câncer.
5- Não é menos importante salientar que os técnicos envolvidos devem ter conhecimentos específicos na área e toda a comunidade científica deve estar envolvida e comprometida nas ações de controle e monitoração do desastre e medidas de prevenção devem ser elencadas e ASSUMIDAS pelas autoridades competentes.
CONCLUSÃO
O desastre atual é muitíssimo grave e perene do que as pessoas possam imaginar. Comunidades inteiras de pessoas e animais estão expostos a um ambiente altamente VENENOSO. As medidas de contenção, controle e monitoração devem ser enxergadas como fundamentais para fazer face ao desastre. As consequências são de longuíssimo prazo. As pessoal envolvidas estão em uma situação calamitosa tal que comparar a pessoas no deserto do SAARA não é exagero. Porem no deserto há pouca disponibilidade de água MAS NÃO ESTÃO EXPOSTAS AO AMBIENTE VENENOSO HORA EM QUESTÃO!

ROBERTO SIDNEI CHIANDOTTI, M.Sc. Química Orgânica
Aposentado, CRQ 9a Região N, 09200894